segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Minha escola americana


Bom, o tema do post de hoje é um assunto que esperei até o último dia de aula para poder escrever sobre. E como o meu semestre já acabou, achei que agora seria a hora ideal para compartilhar sobre escolas americanas com vocês.
Como eu sempre digo, não são todas as escolas dos Estados Unidos que são assim, então vou me espelhar na que estudei durante esse tempo.
Antes de vir para os Estados Unidos eu me preocupava muito em como me sairia na escola americana, pois para quem não sabe, sempre fui uma aluna mediana e ralava muito para estar na média. Então chegava a ficar louca quando pensava que teria que aprender matérias que não tenho facilidade e ainda mais em outra língua.
Porém, me surpreendi e acabei achando bem tranquilo no final. É claro que dei uma escapadinha nas matérias que tenho dificuldade, já que tive a liberdade de escolher qual aulas iria assistir. Química, física e história não entraram na minha listinha. Sorry professores do Brasil, mas vocês sabem que entrei de cabeça nos livros para poder passar nas suas matérias todos esses anos. 
Mas é claro que a vida não é tão fácil como queremos e tive que escolher aulas de humanas que não era muito boa, como anatomia por exemplo. 
No segundo dia de aula tivemos um teste, obviamente não valeu para a nota, já que nem matéria nós tínhamos visto ainda, só que a desesperada aqui surtou e ficou nervosa. Cheguei na prova não sabendo nada e me arrependendo de ter feito essa escolha de estudar fora. Na prova tinham 25 questões e vocês querem saber quantas acertei?? Consegui acertar 9, fiquei feliz que não zerei a prova, porém isso só me deixou mais angustiada com as futuras provas que iria ter.
Mal sabia eu que iria ser tranquilo.
Vou explicar porque achei mais fácil as escolas daqui do que no Brasil e porque estou preferindo a metodologia americana.

PROVAS 
No Brasil nós precisamos aprender 4 ou mais capítulos para fazer uma prova, e normalmente estudamos para duas ou mais provas no mesmo dia e isso acaba sobrecarregando os alunos e nos fazendo escolher qual matéria nós temos mais dificuldade ou precisamos de mais nota para focar 100% nos estudos, o que acaba muitas vezes prejudicando o nosso desempenho na segunda prova do dia. Já na escola americana (ou pelo menos na que estudei) nós aprendemos um capítulo em uma semana ou mais, dependendo do tamanho do capítulo e no fim dessas semanas nós temos a prova dessa unidade, o que é muito interessante, pois faz o aluno ter mais tempo de se focar em uma coisa só e aprender mais sobre o conteúdo. E muitas vezes por conta dos capítulos não serem tão longos, os professores não precisavam correr com o conteúdo e sobra uma aula para tirar dúvidas e estudar para a prova no dia seguinte. Além das provas no final do capítulo, alguns professores gostam de fazer testinhos durante a semana para ver como os alunos estão indo no conteúdo e normalmente eles avisam antes que vão aplicar esses testes só para os alunos darem uma estudada e a nota desses testes entra junto com as lições e tudo mais. 
Outra coisa que queria acrescentar é que todas as minhas provas, menos matemática, foram de múltipla escolha, o que facilitou a minha vida de estudante internacional, pois caso não soubesse o que estavam pedindo, eu conseguia dar aquela chutada bacana. Mas por exemplo na minha aula de anatomia nós tínhamos uma pergunta para escrever, só que a professora dava algumas dicas de possíveis perguntas e nós tínhamos que estudar.


NOTAS
Outra coisa que acho bacana do sistema daqui é que os professores consideram muito a sua participação na aula, as suas lições, trabalhos e isso pesa bastante para a nota. Por exemplo se você é um aluno nota B+, só por conta do seus trabalhos e lições você consegue transformar sua nota para um A. E isso é demais, pois mostra que nem tudo é a base de um teste, muitas vezes o estudante fica nervoso e acaba não tendo um desempenho bom e esse foi o método que os americanos encontraram para os alunos mostrarem que sabem o conteúdo. 
Eu sei que os meus amigos da minha escola antiga devem estar se perguntando: “Bruna a nossa escola era assim, porque você só está bajulando os Estados Unidos?” e a minha resposta é que nós tivemos sorte de estudar em uma escola que entende que o aluno é muito mais do que uma nota em um teste, porém muitas escolas do Brasil não são assim e por conta disso quis compartilhar esse método aqui no blog.

TIRANDO DÚVIDAS COM OS PROFESSORES 
Como já devo ter contado para vocês em outros posts, o horário de aula nunca muda, todos os dias nós temos as mesmas aulas nos mesmos horários, durante um semestre e dentro do nosso horário nós temos duas aulas “vagas”, uma delas chama Study Hall onde o aluno pode relaxar, ler ou estudar e a outra é Advisory que não serve para muita coisa e dura apenas 30 minutos, porém uma coisa boa dessa “aula” é que podemos pedir um passe para ir em outra sala para tirar dúvidas com algum professor, caso nós estejamos com dificuldade em alguma matéria. Fui muitas vezes durante o meu tempo em Advisory tirar dúvidas de matemática e isso me ajudou muito. Está aí outra coisa que não é comum de se ver em escolas brasileiras, professores disponíveis todos os dias durante 30 minutos para tirar as suas dúvidas, é mais comum um “plantão de dúvidas” uma semana antes da prova. 

TRABALHOS
Os trabalhos que tive aqui foram iguais os do Brasil, nós escolhíamos o tema ou o professor escolhia por nós, fazíamos a pesquisa e apresentávamos para sala com slides. Se você é uma pessoa que não gosta de apresentar trabalhos, se prepara, pois tem muitas chances de você acabar como eu e ter que apresentar 4 trabalhos em apenas 5 meses. 
No final, me saí muito bem, porém tenho vantagem pelo fato de amar apresentar trabalhos e estar na frente da sala com todos prestando atenção no que estou falando. E gente desencana, vai rolar erro de inglês sim! Mas os americanos não vão nem se importar, pois eles vão pensar que você é muito corajoso de estar ali de pé, sozinho, na frente de todos, explicando um tópico em outra língua e no final eles vão até te elogiar pela coragem que nem eles teriam. Porém, não tive nenhum trabalho escrito.

FINAL DO SEMESTRE
E por fim, a semana das provas finais, que me descabelou, me deixou ligada nos 220 e mal me deixou dormir. Bom, essa semana é quando nós temos as últimas provas do semestre, que cai o conteúdo todo que aprendemos durante esses 5 meses. Até os horários mudam no dia das finais, na minha escola foram dois dias de finais, onde você pode acabar tendo 3 provas no mesmo dia ou apenas uma, tudo depende de quais aulas você está tendo. Porém os professores dão muito suporte e revisões para conseguirmos tirar uma nota razoável, e o melhor de tudo é que essas provas finais não tem um peso tão grande na sua nota e elas servem exatamente para mostrar para os professores se os alunos conseguiram aprender alguma coisa durante o semestre. Como o peso não é grande, os professores pode escolher se eles querem dar esse super teste ou não e se a resposta deles é não eles passam trabalhos ou redações, o que na minha opinião chega a ser mais tranquilo. 

SOMA DAS NOTAS
Vou ser bem sincera com vocês, estudei durante 5 meses nessa escola e ainda não entendi como a soma de notas funcionam, então me perdoem por não conseguir explicar isso para vocês. A única coisa que sei é que as provas do final de capítulo tem um peso maior e lições, trabalhos e testinhos tem um peso menor, então já sabemos que precisamos dar o máximo da gente nas provas e não deixar de fazer o resto para não perder ponto por bobeira. Desculpa é muito difícil de acompanhar, pois cada professor tem a sua forma de somar a nota.
E uma dica que posso dar para as pessoas que querem fazer intercâmbio é que mesmo que você não entenda como funciona a soma da sua escola (como eu), espere um A na sua nota e se tiver menos que isso, você reclama para saber porquê da nota não ser A. HAHAHAH

Por fim queria dizer que além da metodologia de provas serem diferentes, o resto é bem parecido, como qualquer escola em qualquer lugar. Senti que a escola americana era mais fácil, porém foi como disse aqui, eles não se apegam as notas que nós tiramos nas provas, é claro que elas são importantes, porém não são tudo e me identifiquei muito mais com a escola americana do que um dia me identifiquei com a brasileira. Porém, isso vai de pessoa e cada um se identifica com o que acha que é melhor para si. 
Nada é perfeito e sei que se passasse a vida toda estudando iria achar muitos defeitos que não pude achar em 5 meses e iria reclamar da escola como reclamo da minha no Brasil. Mas uma lição que aprendi é que quem faz a escola é o aluno e quem faz sua nota é você mesmo, basta parar de reclamar que o conteúdo é enorme ou difícil e estudar, que o resultado vai ser bom. E para vocês que tem medo da escola como eu, venham tranquilos, se esforcem que vai dar tudo certo, nós somos capazes de tudo.

E mais um ciclo da minha vida se completou, e a ficha ainda não caiu que não preciso mais ir para a escola, porém isso foi só o começo de uma coisa muito grande que ainda está for vir. Vou voltar para o Brasil com um futuro e uma vida inteira para ser vivida e o frio na barriga bate quando penso que não tenho controle de nada do que está para acontecer. 
Meu sonho era acabar a escola e finalmente poder entrar na faculdade, porém parecia ser um sonho muito distante e hoje estou aqui formada, da para acreditar??? O que posso fazer agora é viver um dia de cada vez, pois o tempo passa voando, logo mais vou piscar e estar com o meu emprego no The New York Times...Brincadeiras à parte, queria agradecer a todos os professores que passaram pela minha vida, que me ajudaram não só na escola, mas me ajudaram a me tornar a pessoa que sou hoje, mas principalmente por terem paciência comigo na escola e por sempre pegarem no meu pé dizendo que eu era capaz, bem mais do que acreditava e hoje sei que sou, graças a todos vocês! Meu sincero obrigada.

E que venha o futuro, que não vejo a hora de vivê-lo!!

PS: Tenho dois outros posts falando sobre escolas americanas em outros pontos de vistas e coisas que não falei aqui, então para quem quiser ler os links estão aqui:




XOXO, Bruna Galati

domingo, 14 de janeiro de 2018

Meus dias nos Estados Unidos estão acabando...e agora????

Faz muito tempo que não escrevo aqui, não sei se é por conta de estar saindo mais, ou pelo fato de que estou tendo que fazer muitos trabalhos para a escola e estar estudando mais por ser fim do semestre, ou pelo fato de só estar triste por essa experiência estar chegando ao fim e eu não querer botar um ponto final nisso.
Bom, como esse é exatamente o sentimento que está passando pelo meu coração resolvi vir compartilhar com vocês.
Para os que não sabem meus dias nos Estados Unidos estão chegando ao fim e apesar de estar muito feliz por voltar para minha casa, para minha família e minha rotina, irei sentir falta da vida que comecei aqui. 
A coisa mais triste de fazer intercâmbio é quando você percebe que criou laços fortes com algumas pessoas que você pode nunca mais ver na sua vida. Meus melhores amigos daqui moram na Europa, é óbvio que criamos planos malucos, viagens de navio e até mesmo viajar para o país do outro só pra se reencontrar, mas sabemos que nem sempre é como planejamos e pode ser que isso não ocorra.
Fiz uma melhor amiga que esteve comigo literalmente 24 horas, vivendo as mesmas coisas que eu, entendendo os meus sentimentos, fofocando comigo e se tornando parte da minha vida e não ter ela mais no meu dia a dia vai ser muito estranho, porém ainda acho que vou ter oportunidades de ver a Giulia de novo, pois ela costuma ir para o Brasil uma vez por ano.
De qualquer forma acredito que tudo acontece por um motivo e as pessoas que apareceram na minha vida durante esse tempo foram para me fazer crescer, aprender coisas novas e entender o sentido de amizade verdadeira que funciona mesmo estado em países diferentes.
Meu intercâmbio não seria o mesmo sem eles e eu agradeço a Deus por todos que encontrei aqui e principalmente por ter tido a Ro como minha família daqui, ela me acolheu e me tratou como uma filha, é até engraçado como ela parece a minha mãe as vezes. 
Queria dizer para vocês que pretendem ou estão indo fazer intercâmbio não se preocuparem de ficarem sozinhos, pois vocês vão encontrar amigos, uma hora ou outra eles vão aparecer. Tirando os meus amigos da Europa, tive muitos colegas que conversei durante as aulas, pedia ajuda e as vezes saíamos, mas nunca foi uma coisa muito próxima e acabei encontrando amigos americanos que eu confiasse bem agora no finalzinho do meu programa e ter poucos amigos para mim nunca foi um problema. 
Vir para um país diferente, com uma língua diferente da sua, com uma cultura totalmente nova é muito difícil. No começo realmente não é fácil de se adaptar, da vontade de chorar e você se sente sozinho, mas quando você encontra as pessoas certas as coisas fluem muito bem e você começa a se encaixar aqui.
E sabe porque eu sempre falo sobre a língua não ser a mesma? Pois mesmo que você seja uma pessoa muito boa no inglês, vai ser difícil começar uma conversa com pessoas novas, você vai errar e pode ser que muitos riam, até eles entenderem que não é fácil e pararem de te zoar. Não falo isso só por experiência própria, tive muitos amigos que compartilharam comigo a história deles, mas sempre desejo que vocês nunca tenham o momento de errar e as pessoas rirem, sim, faz vocês se sentirem mal, mas depois de um tempo vocês superam. Então tenham em mente que esses momentos constrangedores podem acontecer. Acontece comigo até no Brasil, pois as vezes eu fico nervosa quando conheço pessoas novas e as palavras saem em ordens diferentes, agora imagina em inglês né. (HAHAHHA)
Se tivesse que voltar atrás não faria nada diferente, eu cresci muito com esse intercâmbio e aprendi que não é difícil fazer novas amizades, você só precisa tentar e ir atrás, começar conversas e deixar a timidez de lado, pois vai ser assim que os laços fortes vão surgir.
Venham com a mente aberta, acreditem no seu potencial, vocês tem capacidade de fazer amigos, o inglês de vocês é incrível, pois se não fosse por isso seus pais não apostariam todo esse dinheiro em vocês e essa experiência só depende de vocês para ser incrível então façam acontecer!!
Só tenho a agradecer por todos que tornaram o meu sonho possível, por todos que me acompanharam nessa jornada, estando perto ou longe de mim e continuo dizendo que se você tem uma oportunidade de fazer intercâmbio, não perca isso, vai ser incrível! 
Quero agradecer por todos que acompanharam o meu blog, minha jornada está chegando ao fim...ou será que não??? Vamos deixar no ar!
E caso vocês queiram saber mais sobre coisas aqui da América, não deixem de comentar aqui ou no facebook, pois o que mais adoro fazer é compartilhar com vocês.

XOXO, Bruna Galati

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Natal nos Estados Unidos

Finalmente estou tendo um tempo para sentar e escrever sobre os dois dias mais esperados pelos americanos e não poderia faltar um post exclusivo para falar sobre isso, já que é tão importante para eles.

Vou começar dizendo que os preparativos para o natal nos Estados Unidos são levados muito a sério, quando se trata de decoração os americanos não brincam não. E eles começam a decorar as suas casas assim que desmontam as coisas do Halloween, ou seja, podemos perceber que eles são um pouco ansiosos para o Natal chegar. No final de outubro nós já podemos notar algumas luzinhas de natal sendo acendidas pela vizinhança.

Eu sei que no Brasil existem muitos lugares com árvores ao redor e as pessoas acabam decorando as mesmas ou até mesmo colocando luzes na parte de fora dos prédios, na verdade nunca fui muito atrás para ver decorações em São Paulo, pois todas as vezes que fui na Paulista para ver a decoração natalina não tinha muito o que ver, foram no máximo uns quatro prédios que entraram de cabeça no espírito natalino, então não sou uma boa pessoa para julgar se as pessoas de São Paulo se empolgam com o natal o não. Mas posso garantir que aqui nos Estados Unidos é uma coisa fora do normal e mágico, não tem um lugar que não esteja todo preparado para o natal e acaba deixando você de boca aberta, me arrisco a dizer que muitas vezes faz você acreditar que essa coisa de Papai Noel existe de tão bonito que é.

Muitos dias antes minha Host mom levou a Giulia e eu para visitar uma casa de pessoas muito ricas, e bota rica nisso, apenas para ver o que eles compraram para decorar a casa deles para o natal e aparentemente isso é uma coisa muito tradicional em Wisconsin e o mais legal é que o dinheiro arrecadado foi doado para uma instituição de caridade.

Os americanos acabam andando passos na frente dos brasileiros na decoração por conta do fato de tudo ser muito barato aqui. Ok, posso confirmar que eles gastam bastante dinheiro, com coisas infláveis, neve falsa, luzes, até projetores eles compram, porém não seria a mesma coisa que comprar esse tipo de decoração no Brasil. Fiquei impressionada quando fui comprar luzinhas para botar no meu quarto e paguei menos de três dólares e é de uma qualidade muito boa e tem uma medida bacana, daria para decorar uma árvore de tamanho médio.

Mas eles não exageram apenas nas decorações, eles exageram em tudo quando se trata de natal. Os filmes natalinos que a gente não suporta ver na Globo, eles começam a assistir desde setembro, as músicas natalinas que nunca escutei no natal, eles escutam durante semanas antes do grande dia, quando chega dezembro os suéteres bregas que nunca pensaríamos em usar começam a ser usados por aqui e você não pode fazer piada da pessoa, pois é o mês do natal e o errado é você de não estar usando e no último dia de aula antes do feriado todos os alunos aparecem usando coisas de natal e acredito que só eu e a Giulia não estávamos usando alguma coisa, então vocês conseguem perceber como os americanos amam o natal, não é mesmo?? E uma outra coisa interessante é que quando o grupo de amigos é muito unido, eles decidem fazer um amigo secreto e abrem os presentes durante o almoço na escola, achei super legal e vou insistir no próximo natal para os meus amigos fazerem o mesmo.

Pulando para a parte sobre as tradições natalinas aqui na América, como em muitos posts eu sempre digo: “As tradições variam de família em família”, então não esperem que se um dia vocês vierem fazer um intercâmbio e ficarem para o natal as coisas vão fluir exatamente do mesmo jeito, pois obviamente não vão.

Bom, viajei para a Califórnia para passar o meu natal e ano novo aqui, e eu achando que finalmente iria ter neve no natal como nos filmes. Decidimos vir para cá, pois o filho da Ro mora aqui e nada mais incrível do que passar esse feriado especial com a sua família. Na véspera todos se reuniram em uma casa de algum familiar, (essa família é enorme, no momento não recordo o nome da maioria deles) comemos e muito. Infelizmente não escutei piadas de “É pavê ou para comer?” ou pessoas reclamando sobre a uva passa no arroz, isso fez falta para o meu natal estar completo, porém tinham muitas coisas gostosas e diferentes, que normalmente não tem na véspera de natal na minha casa. Comemos um arroz bem básico com coisas misturadas no meio, como linguiça, camarão e alguns legumes e é claro tinha a versão vegetariana com apenas legumes, batata no forno, e tinha uma torta muito boa de carne e outros aperitivos, porém senti falta do tender gostozinho da minha avó, e peru também, eles deixam o peru exclusivamente para o Thanksgiving.

Na hora de abrir os presentes é uma loucura, todos reunidos na sala e sempre tem uma pessoa no comando que vai pegando um presente aleatoriamente e entregando para a pessoa destinada e todos ficam em silêncio esperando a pessoa abrir e ter uma reação, e é claro que bate aquela pressão de qual cara você vai fazer caso não goste do presente. O que eu percebi é que os americanos adoram dar presentes que não fazem sentido algum e normalmente baratos, só para zoar a pessoa e depois eles acabam dando um segundo presente que na verdade é o real presente. E normalmente eles não esperam até meia noite, por conta do fato de algumas pessoas morarem longe e precisarem ir embora cedo e etc..

No real dia natalino, nós fomos para a casa do filho da Ro e eu conheci a melhor tradição desse mundo, que vou levar para minha casa no Brasil. Bom, muitos de vocês já devem ter visto nos filmes que as crianças tem uma meia pendurada em algum canto da casa e o Papai Noel coloca um presente incrível dentro dela, quando não coloca embaixo da árvore, então, isso realmente acontece, todos os familiares ganham uma meia com várias coisas, porém são coisas aleatórias e baratinhas só para fazerem você achar graça, como por exemplo: Lixa de unha, batom de cacau, chocolates, esponja para lavar o corpo, chiclete, lenço de papel, entre outros. Sim, são coisas que você não espera ganhar de natal, mas é muito legal, pois faz você se conectar com a família, abrindo e reagindo a isso, sem precisar gastar muito, e no final você vai acabar usando tudo que ganhou na meia, porque no caso são coisas muito úteis para o seu dia a dia.

Abrimos mais alguns presentes que faltavam e normalmente eles escrevem quem está entregando o presente para quem, porém dessa vez eles decidiram ser criativos no nome da pessoa que estava entregando e colocaram pessoas famosas, e no final precisávamos ver quem tinha nos presenteado para podermos agradecer. Achei muito criativo e provavelmente é mais uma coisa que vou tentar adicionar no meu natal.

Após almoçarmos fizemos uma coisa que é muito comum no dia de natal em cidades grandes, nós fomos no cinema. Sim, parece loucura, e vocês devem estar pensando quem vai para o shopping assistir filme num dia como esse, pois é, o cinema estava lotado e isso é mais uma tradição louca dos americanos, e se vocês fazem isso, ou já fizeram no dia de natal, comenta comigo, pois quero muito saber se é uma coisa comum no Brasil também e só eu que não sabia.

No final do dia comemos a nossa última refeição natalina e ainda estava esperando pelo peru, porém não rolou. O legal é que a família do filho da Ro é metade mexicana, então tivemos alguns pratos mexicanos dessa vez, que não são muito a minha praia, pois tinham queijo, mas o que me fez lembrar de casa é que eles prepararam uma picanha linda, nem sei se era picanha o tipo de carne, mas estava com sabor de carne de churrasco no Brasil, pensa se não fiquei feliz.

E o dia acabou assim, todos estavam presenteados, com a barriga cheia e muito amor no coração. Fico feliz de poder ter tido a oportunidade de ver as tradições de outra família no natal, principalmente de uma família americana e quero levar as tradições deles comigo e fazer uma mistura de culturas que é a coisa que mais amo fazer.

Espero que vocês tenham gostado desse post contando um pouquinho da cultura americana, e espero que o natal de vocês tenha sido incrível e um bom feliz ano novo para todos!!

Uma das coisas mais comuns nos Estados Unidos é ir em um restaurante e tomar o seu café da manhã com o Papai Noel, adorei a ideia e as crianças ficam loucas para falar com ele.

Xoxo, Bruna Galati




domingo, 10 de dezembro de 2017

Sou enjoada para comer, e agora????

Queria muito escrever sobre esse tema, pois quando estava prestes a embarcar para o meu intercâmbio, isso passava muito pela minha cabeça e nem sempre é fácil achar pessoas no Youtube ou em blogs falando sobre isso.
Como já falei algumas vezes aqui, não sou a pessoa mais fácil para comer, tem muita coisa que não gosto, muitas comidas me fazem passar mal e isso é um pouco preocupante quando você está indo morar 6 meses com uma pessoa que não está acostumada com o seu cardápio, com poucas variedades de prato. Ainda mais nos Estados Unidos, que é conhecido por todos como o país do Fast food.
Bom, os Estados Unidos é mais do que Fast food, o problema é que esse tipo de restaurante te atrai, e quando você vai ver está comendo pizza toda sexta feira, e é impossível dizer não para a pizza daqui, é muito diferente e bem melhor. Talvez porque o queijo seja totalmente artificial e não sou a maior fã de queijo, o que me faz amar muito mais a pizza daqui do que no Brasil.
 Porém nos dias de semana, é bem tranquilo você se manter na linha, com comidas mais saudáveis e exagerar no final de semana mesmo. Mas para finalizar o tópico “Fast food”, basicamente os restaurantes que temos aqui e no Brasil, por exemplo: Burger King, McDonald's, etc., não tem muita coisa de especial, são iguais nos dois países, exceto o fato de aqui custar menos da metade do que pagamos no Brasil, o que me faz entrar no segundo tópico desse assunto sobre comidas.
Por que o americano tem essa fama de ser um pouquinho fora do peso? E eu te respondo apenas dizendo que comer fora aqui, muitas vezes é mais barato do que comprar a comida e preparar você mesmo. Ainda sujar prato para depois limpar? Claro que não, eles são preguiçosos também, muito mais rápido e fácil parar em um restaurante, seja saudável ou não. Sério, os preços dos restaurantes me assustam as vezes e eu me pergunto como ainda não me mudei para cá. Pensem quantas vezes vocês saíram com os seus amigos ou familiares para comemorar alguma coisa importante, mesmo que seja um restaurante não tão chique e na conta veio muito mais do que o esperado, bem mais do que 100 reais. Então, aqui com três pessoas na mesa, você consegue pagar com uma nota com valor menor que 100 dólares, tudo bem, vocês vão me dizer que aqui nós somos obrigados a pagar uma taxa para o garçom, chega até a ser falta de respeito se não pagarmos, mas mesmo assim continua mais barato do que comer em um restaurante no Brasil. E nesse momento não pensem em converter o dólar para o real, pois estou falando sobre a vida dos americanos, que no caso não precisam converter nada.
Uma coisa que reparei muito é que quando a comida é feita em casa, muitas vezes elas são enlatadas, ou congeladas e nesse momento fico com muita saudade da comida do Brasil, pois sinto que a nossa comida é muito mais fresca e nós não usamos tantas coisas enlatadas como eles, talvez milho ou ervilha e olhe lá, mas no caso dos americanos é basicamente tudo pronto, ou você precisa esquentar no micro-ondas ou forno, ou é só deixar na água por algum tempo e já está prontinho para comer. E quando questionei a minha Host mom, sobre isso, ela me perguntou quantas mulheres eu conhecia no Brasil, mães, que não trabalhavam, então respondi que entre 10 mulheres brasileiras, provavelmente 5 não trabalham e foi nesse momento que ela me explicou que é quase impossível ver uma mulher e homem também sem trabalhar, e por conta disso eles não tem tempo de preparar uma refeição muito caprichada e demorada, e acabam indo pelo caminho mais fácil que são esses tipos de comidas enlatadas.
Porém, não achem que as comidas enlatadas e congeladas daqui são horríveis, pois não são, só que muitas vezes da aquela vontade de comer uma coisa mais bem cozinhada, com um tempero mais gostoso, no meu caso, sinto muita falta da comida dos meus pais (hhahaha).
As refeições de uma pessoa que ainda está na escola em dia de semana são bem complicadas. Nosso café da manhã é corrido, então não passa de um iogurte, fruta ou cereais, e quem gosta de comer muita coisa as 6:00 da manhã né?? Como vocês sabem nós precisamos almoçar na escola e temos apenas 50 minutos para comer, ir no banheiro e conversar com os amigos, e um detalhe, não tem micro-ondas então não podemos levar aquela famosa marmita brasileira, pois não vai ter onde esquentar. Então normalmente nossas opções são restritas, como frutas, pão, salame, queijo e não passa muito disso, ou temos a opção de comer a comida da escola, mas não é uma opção favorável para alguém que quer comer mais do que um pedaço de pizza ou batata frita, todo dia. E na janta, comemos o que os nossos pais preparam em casa, ou seja, comidas descongeladas.
Uma coisa que vai deixar saudades no meu coração são os restaurantes de café da manhã aqui, acho que gosto tanto pois é uma coisa inédita para mim, nunca vi um restaurante que faça café da manhã no Brasil, e se alguém souber de um, venha compartilhar comigo, pois descobri essa paixão dentro de mim por esse tipo de restaurante. Talvez não seja nada de especial, porém eu amo um tipo de prato que chama French Toast e não sei explicar, só sei que é maravilhoso, aí já peço uns pedaços de bacon e uma batata especial que só tem nesses restaurantes, estou escrevendo isso e está me dando água na boca, melhor parar. Mas sério, venham para os Estados Unidos e comam seu café da manhã em um restaurante, pelo menos uma vez. Também não é uma coisa para se fazer todo dia, pois não é o tipo de comida mais saudável do mundo, mas de vez em quando é legal dar uma variada.

Olha que prato maravilhoso gente, só que no meu caso sem os ovos

Se você for vegetariano, não se preocupe, existem muitas opções para você, muito mais do que no Brasil, até bacon vegetariano tem e é uma delícia, é incrível como tem o mesmo sabor. Agora você não pode ser aquele tipo de vegetariano chato né, o que estou tentando dizer é que a única coisa que tem que estar riscada no seu cardápio é carne, o resto você precisa ter uma mente aberta, pois nesse caso não terá problemas.
E se você é como eu, que não gosta de quase nada, relaxa, não é tão impossível achar uma coisa que você goste aqui. Ainda estou viva, e isso é uma boa prova de que até os enjoadinhos sobrevivem nos Estados Unidos. Uma das primeiras coisas que falei para minha Host mom foi: “Eu amo frango e peixe, se eu comer isso todo dia, vou estar satisfeita”, dito e feito, como frango quase sempre, não enjoo desse prato e fico feliz, basicamente se você vier fazer o mesmo tipo de intercâmbio que o meu, de ficar em uma família, é tudo questão de comunicação, mostrar opções para eles, dizer o que você gosta e não gosta, isso facilita muito!
Então foi isso, mais um post novo para vocês, espero que tenham gostado e compartilhem comigo o que vocês gostariam de saber mais sobre os Estados Unidos, o meu tempo aqui já está quase chegando ao fim, e já estou sentindo saudades de toda essa experiência maravilhosa que pude viver.



XOXO, Bruna Galati

domingo, 26 de novembro de 2017

Thanksgiving Day e Black Friday

Estava ansiosa para escrever esse post. Vou admitir que não tinha mais vontade de escrever, não sei direito o motivo, mas depois de passar esse feriado incrível, me motivei para compartilhar com vocês.
Todo ano na terceira quinta feira do mês de novembro os americanos comemoram o dia de Ação de Graças. Um dia que deveria ser para agradecer por todas as coisas que eles têm na vida, porém com o passar do tempo o foco foi trocado para o dia seguinte, acabou virando uma coisa comercial por conta do Black Friday.
Muitos ainda lutam para manter as tradições desse feriado em pé e eu tive sorte de cair em uma família que continua seguindo o que sempre fizeram quando crianças.
Estava nervosa, pois não queria sentar em uma mesa cheia de familiares da Ro (minha host mom) e falar pelo o que sou grata, porém a única coisa que eles não fazem é agradecer um por um e sim um agradecimento coletivo, onde todos ficam em volta da mesa do almoço e agradecem juntos.
O dia de Ação de Graças é um dia que os americanos passam com a família, seja de sangue ou não. É um feriado parecido com o natal, porém ele não envolve religião, apenas uma reflexão das coisas boas que eles têm na vida e muitas vezes esquecem de ser gratos por isso, e envolve muita comida boa também.
Cada família tem suas tradições, então vou compartilhar a tradição da minha família americana.
O dia começa cedo, antes do meio dia todos os familiares já estão reunidos na casa do parente escolhido, nunca é na mesma casa, e para não sobrecarregar o anfitrião, cada um prepara um prato diferente, mas pelo o que entendi o peru é por conta do dono da casa mesmo. Tinham muitos pratos gostosos como: batata doce, couve-flor diferentão, não sei como ele foi cozinhado, batata com queijo, porque os americanos de Wisconsin precisam ter queijo em todas as suas refeições, e um prato que tinham muitas coisas misturadas, não sei o que tinha dentro, mas eu gostei e é claro o peru, e alguns aperitivos para comer antes do almoço e as sobremesas para mais tarde, essa parte eu nem posso dizer o que tinha, pois não é minha praia, mas normalmente são tortas. Nós passamos o dia todo comendo, obviamente a comida sobra para o jantar e não precisamos cozinhar de novo.
Uma hora depois do almoço, quando todos já estavam de barriga cheia, nós decidimos jogar UNO e depois um jogo sensacional, que no momento não lembro o nome, mas que é muito legal. É um quadrado com vários dados e em todos os lados desses dados tem letras diferentes, então colocamos a tampa nesse quadrado, mechemos até os lados ficarem em uma posição certa, um do lado do outro, não pode ficar um em cima do outro, precisa preencher todo o quadrado e então temos um minuto para tentar achar palavras com as letras que estão viradas para cima no quadrado, e o melhor é que só podemos montar palavras com as letras que estão se tocando, também na horizontal e na vertical e você só ganha um ponto se você for o único jogador que escreveu essa palavra no seu papel, se outros escreveram é zero para todos. Talvez seja difícil de imaginar esse jogo, sabemos que não sou a melhor pessoa para explicar jogos, mas é demais, principalmente para estrangeiros, pois nos força a pensar muito mais em palavras possíveis e acabamos adicionando novas no nosso vocabulário.
Nesse momento eu me senti grata por ter tido a oportunidade de cair em uma família tão legal, que gosta de ficar juntos e me aceitou de braços abertos, já me considerando um membro da família. Na verdade, sempre falo, e vou continuar falando que sou totalmente agradecida por ter tido essa oportunidade de estudar 6 meses fora, muitas vezes eu reclamo de coisas pequenas que acontecem aqui, pois por mais fácil que pareça viver com pessoas diferentes, as vezes não é, porém não é fácil viver nem com a nossa própria família né? (HAHAHAH) E depois quando percebo que estou reclamando demais, eu só lembro o quanto meus pais batalharam para me mandar aqui, o quanto eu estudei antes para conseguir atingir um inglês melhor, para não passar tanta dificuldade e o quanto fizemos o possível e impossível para eu ter tido essa chance de realizar um sonho, então eu grata e sempre serei por tudo isso, acho que nunca vou ter palavras para agradecer os meus pais.
Agora como vir para os Estados Unidos e não viver a experiência do Black Friday não é mesmo? Eu não sou uma pessoa compulsiva e penso muito antes de gastar, mas mesmo eu sabendo que não iria comprar muita coisa, eu fiz questão de ir para viver esse dia aqui.
Estava em Chicago, pois a família da Ro mora lá, então escolhemos ir em um shopping lá perto. O shopping ficou aberto desde a quinta de ação de graças, até as 23:00 da sexta feira. E eu e a Giulia como somos meio loucas queríamos chegar no shopping a meia noite, mas a Ro achou melhor não e foi a melhor coisa que ela fez, pois tivemos chances de descansar. Acordamos as 6:00 e chegamos no shopping as 8:00, pois até se arrumar, tomar café e ir até o shopping que é um pouco longe, chegamos essa hora.
Não tinham muitas promoções para falar a verdade, foi bem estilo Black Friday no Brasil, fala que está com desconto, mas no final eles só aumentaram o preço no dia anterior e diminuíram um pouco no Black. Se eu ganhasse em dólar, a minha vida estava feita, pois não teria que ficar pensando no dinheiro convertido para real. A Victoria Secret estava com todos os sutiãs por 35 dólares, nessas horas eu sento e choro, pois os preços estavam incríveis. Acho que foi uma das lojas que fez mais desconto, porém acabei comprando um sutiã, que na verdade comprava um e ganhava o outro de graça, então eu e a Giulia dividimos o preço de um e ganhamos o outro de graça, HAHAHHA muito econômicas.
Acabei comprando um tênis que também não estava em promoção e algumas calcinhas de uma loja que é bem estilo Victoria Secret, só para me sentir uma Angel mesmo. A melhor parte foi quando eu me apaixonei por um Nike todo rosa, pedi para um atendente homem pegar o meu número, e só para deixar claro esses tipos de Nike servem para menina e para menino, e eu sei o meu número de tênis no modelo masculino e feminino. Bom, o homem não quis pegar o tênis para mim, por conta do fato de ser um tênis masculino e não iria caber no meu pé, pedi mais uma vez, apenas dizendo que mesmo que ficasse grande eu só queria provar, mais uma vez ele disse não e então peguei um tênis igual ao rosa, com o número certo para o meu pé (o tênis também era masculino, na perspectiva dele) e coloquei no meu pé e falei: “Viu, esse número fica bom em mim, mesmo sendo modelo masculino, você pode ver se tem esse tamanho no modelo cor de rosa?”, então finalmente ele aceitou, porém não tinha o meu número, ou ele não fez questão de procurar direito, não sei. Fiquei triste e por conta disso comprei um vans rosa, acabei o dia muito satisfeita com a minha compra.
A Forever 21 estava com 21% de desconto, mas não achei nada que chamou tanto a minha atenção e nas outras lojas a mesma coisa, eu sempre pensava: “Será que vale a pena?” e acabava saindo da loja sem nada mesmo. Passamos 10 horas no shopping, pois ele era enorme e até olharmos todas as lojas, uma por uma, provar as roupas e ficar na fila, demorou um tempinho. De manhã o shopping estava bem tranquilo e quando foi ficando mais tarde as pessoas foram brotando e quase não dava para andar tranquilamente no shopping. Minha opinião sobre Black Friday agora é que se você quer comprar um eletrônico, esse dia é agora pois tudo vai entrar em promoção, porém você precisa ficar horas em uma fila, não passar o dia de ação de graças com a sua família, então aí depende do que você achar melhor e mais certo.
E foi isso, minha experiência com o dia de Ação de Graças e com o Black Friday, espero que vocês tenham sentido como é passar esses dois dias aqui, apenas lendo esse post. Eu queria ter falado um pouco mais sobre como me adaptei a comida daqui, porém decidi que vou falar sobre isso em outro post e esse ficou exclusivo para o feriado, eu me apaixonei por esse feriado e vou sentir falta de ter um dia assim no meu país.
Obrigada para as pessoas que acompanham o meu blog, meus amigos que sempre me dão ideias para posts quando não sei o que escrever, e meus pais por terem me ajudado a chegar até aqui, amo vocês!


XOXO, Bruna Galati

domingo, 12 de novembro de 2017

Minha experiência de show na gringa


Hoje vou compartilhar uma das melhores experiências da minha vida. Para quem não sabe sou fã de algumas pessoas, e desses artistas que acompanho, tive oportunidade de conhecer três deles, no Brasil. 
Porém com esse intercâmbio, já passava pela minha cabeça ter mais chances de encontrar eles, seja na rua mesmo ou em um show. Estou falando isso de encontrar na rua de boa, pois nem todos os meus ídolos são super famosos e vivem em Los Angeles. Para vocês terem uma noção um deles, mora a 7 horas de carro da minha casa aqui em Wisconsin.
Bom, um mês atrás Jack & Jack avisaram que iriam fazer uma tour no outono, pelos Estados Unidos, basicamente porque estavam afim de fazer, pois eles só lançaram uma música e não um CD ou EP inteiro para fazer uma tour por todos os países. Assim que eles postaram no Twitter, minhas amigas vieram correndo para me avisar, e eu mandei elas falarem para minha mãe, então elas mandaram minha foto com eles pelo WhatsApp para a minha mãe, falando que eu precisava encontrar eles de novo. (HAHAHAH foi engraçado)

Print da conversa da minha amiga com a minha mãe

Esperei o preço sair, pois só assim minha mãe iria falar se ela deixou ou não, o ingresso estava 20 dólares e o m&g estava 99 dólares, até que não foi caro, se não convertermos para real. Acho que minha mãe teve que convencer o meu pai dizendo que era uma experiência única, pois realmente convertendo para a nossa moeda fica bem salgado o preço.
Tive que ir atrás de alguém que gostasse deles para poder me acompanhar, meu amigo disse que gostava, mas acho que ele só foi para me fazer companhia, pois aparentemente ele não curtiu muito o show. De qualquer forma se eu estivesse com as minhas amigas seria um pouco diferente de como foi, pois a mãe do meu amigo teve que nos dar carona e ela não deixou eu chegar cedo no lugar. Normalmente eu sou uma das 10 primeiras da fila, pois chego de manhãzinha. Então, os portões do m&g abriam 16:30 e nós chegamos lá às 16:00, e tinham muitas meninas esperando desde às 6 da manhã, e algumas delas tiveram chances de encontrar o J no portão, muito antes do m&g ou do show.
Chegamos lá e esperamos alguns minutos, os portões se abriram, esperamos em uma filinha para pegarmos o VIP e o pôster autografado. Nessa hora percebi que a organização do local não era muito boa, pois chegamos muito depois de algumas pessoas e nós estávamos na frente deles, não concordo com esse tipo de organização, nesse momento o Brasil ganhou, até onde me lembro todos os m&g que fui nós recebemos números de acordo com a nossa ordem de chegada, por conta disso que eu sempre gostei de chegar cedinho.

Depois foram alguns minutos, ou horas esperando o m&g começar, estava programado para permitirem que eles tirassem as fotos pelos nossos celulares, porém no último minuto as regras mudaram e falaram que iriam tirar as fotos com uma câmera que eles tinham. No caso, a câmera deles era a câmera de um Samsung, tudo bem, não tenho nada contra a marca, mas pagamos caro para ter uma foto boa e o resultado não foi como esperávamos por conta dessa mudança. E não fui a única pessoa que saiu estranha na foto, muitas meninas não ficaram satisfeitas com o resultado.
Problemas à parte, levei minha bandeira para representar o meu país, quando foi minha vez estava com a bandeira aberta e entre no espaço para tirar a foto, o G primeiro olhou para mim, sem perceber a bandeira e começou a falar coisas normais do tipo “Oi, tudo bem?”, até que o J falou “BRAZIIL”, então eu respondi afirmando. Abracei o G tremendo um pouquinho e depois abracei o J, enquanto abraçava eles, os mesmos falavam “Temos uma brasileira aqui, porque temos uma brasileira entre nós?”. O J meio que me cutucou e falou “Ok, me conta essa história, porque você está aqui?”, então nesse momento estava um pouco nervosa, por conta dele estar me olhando fixamente e tudo mais, então quando respirei fundo e fui responder, ele respondeu por mim “É um tipo de intercâmbio, não é?”, mais uma vez afirmei e ele perguntou de onde eu era, falei que era de São Paulo e já tinha encontrado eles no Brasil, nessa hora nossa atenção foi para o segurança que avisou pela primeira vez sobre o tempo. 
COMPARANDO BR E EUA: Uma coisa que me deixou realmente feliz é que os seguranças não me puxaram ou foram grossos, o segurança avisou duas vezes PARA OS ARTISTAS que o tempo estava correndo e eles precisavam ser um pouco mais rápidos, já no Brasil todos sabemos que os seguranças são totalmente o oposto.

Foto de 2015 com eles

Eles perguntaram como eu queria a pose, se eu queria que eles segurassem a bandeira e eu respondi que não, então um dos seguranças segurou ela para mim, só respondi que queria abraçar eles e pedi para o G colocar o braço em volta da minha cintura/barriga. Quando o fotógrafo terminou de tirar a foto, eu olhei para os dois com uma cara de “brava” e perguntei “Quando vocês vão voltar para o Brasil em???”, então o G olhou para o J com uma cara de “Cara, eu não sei o que responder”, depois disso o J disse que em Fevereiro ou Março eles estariam indo para o Brasil, achei engraçado, pois sei que ele só respondeu isso porque eu realmente estava com uma cara de “EU QUERO UMA RESPOSTA, por favor”, nessa hora o segurança falou mais uma vez sobre o tempo, e ele estava certo pois com todas essas perguntas e respostas já tinha passado mais de 2 minutos e normalmente não pode passar disso. Abracei o J como uma despedida e depois o G, não sei porque das duas vezes que eu abracei o G eu tremi (detalhes), quando estava abraçando o G, o J disse para compartilhar com as minhas amigas brasileiras que eles voltariam para o Brasil em breve e que ele iria me encontrar lá mais uma vez. E quando eu estava saindo da area do meet, rindo, pois achei engraçado ele falando que iria me ver de novo, a esperta aqui lembrou que precisava falar que amava eles, então eu falei “Hey, I love you” para o J e depois “I love you too” apontando para o G e quase saiu um “Cara” no final da frase, porque eu estava me sentindo muito confortável e feliz, o J respondeu que me amava também, o G eu não tenho certeza se ele escutou.

Foto de 2017 

Eu não sei explicar o meu sentimento, acho que por conta do J se mostrar tão interessado de onde eu era, porque eu estava lá e responder as coisas que eu perguntava olhando nos meus olhos, me senti próxima a ele. Porém eu lembro que na primeira vez que encontrei ele, o mesmo foi muito atencioso, então acho que ele torna o m&g muito melhor, por ser uma pessoa com um coração maravilhoso e realmente parecer interessado com as suas fãs.
Dessa vez eu sinto que foi diferente pois eu era a diferentona no meio das americanas e isso fez eles terem um pouco mais de interesse em mim, que me fez sentir especial e próxima a eles, e tudo facilitou, o meu inglês que está obviamente muito melhor do que quando encontrei eles em 2015, o fato dos seguranças não pressionarem tanto as fãs, as americanas não serem tão histéricas, que me fez ficar calma também.
Para resumir a minha experiência em um m&g na gringa, foi maravilhoso, o lance da foto não foi legal, mas poderia acontecer isso em qualquer lugar e eu já tenho uma foto incrível com eles, e todas as minhas outras fotos com famosos ficaram muito boas, um dia tinha que dar errado, faz parte.
Agora comentando sobre o show, eu estava muito próxima a grade que é próxima ao palco, tinham duas pessoas na minha frente, porém quando começou a abertura de uma boyband chamada PrettyMuch, as gringas começaram com um empurra-empurra, vai para um lado, vai para o outro e eu percebi que se continuasse lá, não iria aproveitar nada do show dos Jacks.

Eu realmente estava bem perto

Fui para trás, que estava vazio, obviamente, e fiquei ajoelhada em uma cadeira para ficar um pouquinho mais alta. O show foi incrível, a presença no palco deles é maravilhosa, e a conexão que eles criam com as fãs é muito boa e só dá para entender do que eu estou falando, indo em um show deles. Eu sei que estando na frente tem essa coisa deles tocando na sua mão, olhando nos seus olhos e tudo mais, mas eu tive esse momento uma vez e preferi aproveitar o show de trás, e livre, podendo dançar, pular, balançar minha bandeira e principalmente cantar.
Fiquei feliz que eles cantaram uma música nova, que ainda não foi lançada, é uma das coisas que é muito difícil de acontecer no Brasil, uma música inédita no meio do show, pois normalmente eles já estão com o álbum lançado. Eles cantaram as músicas antigas que me fizeram chorar, pois é o momento nostálgico e falaram as típicas frases do tipo “Nossa, vocês estão cantando muito alto!”, queridos, vocês sabem que elas não chegam aos pés das brasileiras cantando, a diferença é que elas conseguem acompanhar os raps e a gente não (HAHAHAHA) e a outra frase típica é “Nós iremos voltar em breve”, porém falar isso aqui e no Brasil é diferente, porque aqui eles voltam em alguns meses e no Brasil eles demoram alguns aninhos para voltar.





Alguma fotos do show tiradas por uma fã, o user dela no twitter é @ovaryjacks


Há 13 h

No final do show, fomos embora e eu queria ter ficado mais para poder encontrar eles de novo, mas é complicado depender das pessoas e não pude ficar mais. Hoje bate aquela depressão pós show e que vai durar por mais um ou dois dias e depois passa.
Sou totalmente grata por ter tido essa oportunidade de saber como é um evento aqui nos Estados Unidos, por ter sido tão bom como foi, não vai ser fácil superar esse m&g e esse show incrível, eu amo meus ídolos e eles são muito importantes para mim, acho difícil pessoas que não tem ídolos entenderem porque eles são tão especiais para mim, mas é assim, cada um ama o que quer.
Espero ter mais momentos bons assim, até mesmo no meu país e desejo que todos tenham uma chance como a minha. Até o próximo show...Brincadeira, vai demorar para ter um post falando sobre shows.


XOXO, Bruna Galati 

domingo, 5 de novembro de 2017

Meus pais apoiam o programa de intercâmbio??


Bom, essa semana estava sem novidades para compartilhar, então perguntei para as minhas amigas o que deveria fazer e uma delas me falou que seria interessante pedir para as pessoas próximas a mim, que estão do outro lado, escreverem como elas estão lidando com isso, a saudade e a ansiedade de querer receber notícias sobre a filha, amiga ou namorada.
Achei interessante isso, pois assim consigo mostrar os dois lados da moeda, o sentimento da pessoa que está vivendo tudo isso e o de quem está esperando ela voltar.
Dessa vez as vítimas para escreverem para o blog foram os meus pais e vamos ver a opinião deles sobre tudo:

Visão de mãe de um filho intercambista:
Na minha visão, saudades e preocupação de mãe são muito grandes, sempre pensamos: “Será que está comendo, dormindo, fazendo amigos, indo bem na escola?”, mas quando chega a primeira notícia da própria filha dizendo que tirou a maior nota em sua primeira prova, que está indo comer nos melhores restaurantes com seus amigos, dizendo que a comida é deliciosa, chega a dar um alívio, porém ao mesmo tempo o aperto no coração continua forte.
Quando isso acontece, chamo para conversa com ela por vídeo e vejo a alegria em seu rosto ou até mesmo em uma foto que ela postou, toda a minha preocupação e saudades ficam um pouco amenizadas. Daí digo para mim mesma: “Fiz a coisa certa e apoio a todos que queiram fazer!”.
O irmão mais novo pode até tentar fingir que não se importa, que não está com saudades, porém é o primeiro a querer saber das novidades da irmã em outro país, e não consegue esconder a empolgação, além do mais, ver a sua irmã vivendo uma aventura dessas faz com que ele crie coragem e vontade de fazer o mesmo.
E quem falou que só o ser humano sente saudades??? Os gatos são os primeiros a demonstrarem o sentimento, ficam horas pedindo para entrar no quarto da Bruna, e os quatro dormem juntinhos na cama dela, também destroem a cama arranhando a mesma, porém acho que isso é só farra deles!

Visão de pai de um filho intercambista:
Sinto uma mistura de sentimentos, por um lado a sensação de expor seu filho às inseguranças de um outro país e não adianta falar que é país de 1° mundo, pois também tem suas inseguranças. Por outro lado, é uma oportunidade única que não pode ser desperdiçada. É claro que a saudade bate, porém hoje em dia as redes sociais, se não substituem a presença física, pelo menos minimizam a distância. Realmente controlar a saudade não é fácil e me arrisco a dizer que isso não é exclusividade de pai, mãe e irmão, pois na outra noite, curiosamente todos os gatos dormiram na cama da Bruna, para mim isso é saudades. Enfim, mesmo com todas essas misturas de sentimentos, digo com toda certeza que todo o sacrifício está valendo. Sou "intercâmbio futebol clube" e tendo a possibilidade recomendo.”
E essas são as opiniões dos meus pais sobre o meu intercâmbio. Acho que se você tem um sonho de fazer o ensino médio fora do seu país, você precisa mostrar para os seus pais, com todas as suas garras, que é uma oportunidade única e maravilhosa. Intercâmbio é uma coisa focada para o aperfeiçoamento na língua inglesa, porém tem muito mais por trás disso, o adolescente amadurece as suas ideias, as suas responsabilidades, as formas de lidar com o dinheiro, de estudar, pois tudo que estamos fazendo aqui não pedimos a permissão dos nossos pais ou não temos a supervisão deles de dizer se está certo ou errado. E eu consigo ver o meu amadurecimento em relação a muitas coisas e é claro o avanço na língua é visível, não estou falando isso da boca para fora, estou dizendo isso pois realmente recebo elogios. E na minha opinião, 6 meses é uma escolha boa, mas ficar 1 ano é uma decisão perfeita, pois você tem mais tempo de aproveitar tudo, sem ser uma coisa corrida, sério, um semestre passa voando. É incrível ter oportunidade de aprender uma nova cultura, e compartilhar um pouco da sua, descobrir o que os outros pensam do nosso país e mostrar para eles que nem sempre os brasileiros são como representam nos filmes.
E se o problema for a questão financeira, existem muitas formas de encontrar intercâmbios com preços mais em conta. Intercâmbio não é uma coisa que se decide de última hora, e se você planejar com um bom tempo de antecedência, existem muitas formas de arrecadar dinheiro, vender coisas antigas, fazer rifas, conversar com as agências para ver as possibilidades de parcelas, bancos que financiam essa oportunidade e até mesmo vender bolo na porta da escola, qualquer coisa para realizar um sonho está valendo. E não estou brincando quando falo de vender o bolo, eu conheci uma menina que vendeu por um bom tempo brigadeiro na porta da minha escola e ela teve oportunidade de pagar mais da metade do intercâmbio dela para a Alemanha!
Tudo é questão de dedicação, força de vontade e correr atrás dos seus objetivos. Eu espero que todos um dia tenham a oportunidade de estudar fora, seja no ensino médio, faculdade ou até mesmo trabalhando, é uma coisa única e acho que nunca seria capaz de explicar totalmente como é viver tudo isso e sou extremamente grata pelos meus pais terem agarrado essa ideia quando contei para eles o meu plano.
Esse foi o post de hoje, um pouco fora do padrão dos outros, porém é sempre bom dar uma inovada, e se vocês tiverem gostado de saber a opinião de quem está no Brasil, eu posso pedir para mais pessoas escreverem!!


XOXO, Bruna Galati